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A costa portuguesa compreendida entre a Ria de Aveiro e a Foz do Guadiana apresenta boas condições para a produção do sal marinho por evaporação solar, especialmente no sul do país onde as condições edafo-climáticas são bastante favoráveis.

O produto obtido é uma mistura de vários sais precipitados da água do mar, na qual predomina fundamentalmente o cloreto de sódio. Constitui matéria-prima imprescindível para muitas finalidades, integrando-se no grupo das big-five raw-materials, todavia, devido às suas características específicas, a maior parte da produção nacional de sal marinho em Portugal é destinada a fins alimentares. As técnicas utilizadas no aproveitamento de recursos naturais de algumas zonas litorais de Portugal, assentam na utilização de energias renováveis (energias solar e eólica). 

Os processos tecnológicos empregues variam desde o uso de metodologias tradicionais (produção artesanal), até à utilização de maquinaria pesada e automatizada, refletindo-se no dimensionamento das unidades produtivas. Estas unidades, designadas por salinas ou marinhas, são constituídas por um conjunto de reservatórios construídos em terra e sobre solos impermeáveis, implantados em zonas de sapal. A alimentação de água do mar para os primeiros reservatórios de evaporação aproveita, regra geral, a ação das marés.

O fluxo das águas para aumento da graduação/ concentração de sal, devido à evaporação pelo calor do sol e pelo vento, prossegue ao longo dos reservatórios seguintes até aos cristalizadores, onde se deposita o sal marinho. A movimentação das águas utiliza o potencial gravítico dos primeiros reservatórios, cujas quotas topográficas são superiores aos restantes, ganho pela tomada de águas das maiores marés ou por bombagem.
salinas
Portugal possui, na parte continental do território, cinco Salgados (conjuntos de salinas): Aveiro, Figueira da Foz, Tejo, Sado e Algarve. A técnica mais tradicional e que vem de tempos imemoriais, porquanto os Romanos já a utilizavam, é a que se encontra ainda em uso no Salgado de Aveiro, sendo conhecida também por "técnica aveirense" aplicada em pequenas unidades, associando frequentes "reduras" (recolhas de sal) e uma mão-de-obra intensiva e conhecedora do ofício.

As técnicas mecanizadas, algumas muito sofisticadas e fazendo uso de maquinaria pesada, são adotadas em unidades  de maiores dimensões e em que o número de recolhas por safra (ciclo anual de produção) é pequeno.

Globalmente a atividade produtiva do sal marinho é muito benéfica para a manutenção dos equilíbrios ambientais nas zonas costeiras, sendo a avifauna específica e a estabilidade da linha de costa, dos aspetos mais beneficiados, já que as salinas ativas proporcionam a existência de ecossistemas determinantes para a sobrevivência de várias espécies animais e vegetais e impedem a ação negativa das marés vivas sobre as zonas do litoral devido aos muros-dique que defendem as unidades produtivas.

Esta metodologia artesanal e tradicional, fazendo parte da Cultura e da própria História de Portugal tem diversas variantes nos outros salgados, decorrentes das características climáticas e de solo e das próprias idiossincrasias dos marnotos em cada região.

 

Registo da Produção  de Sal (Anual)

cultura de salOs titulares estão obrigados a registar e a reportar à DGRM a produção dos seus estabelecimentos respeitante ao ano civil anterior - anualmente até Fevereiro.

O registo da produção é feito através da área reservada do balcão eletrónico da DGRM. Caso não possua acesso, deve contactar os serviços da DGRM aqui.